sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Haja saúde.

Fiel a si mesmo, ele impõe a sua presença. E fá-lo desprovido de intento.
Pensa quanto pode sobre tudo o que o rodeia, não aceita meias palavras, porque se não foi completamente dito não tem valor. E há nele um sexto sentido, que me causa tanta admiração quanto temor, por lhe permitir ver para além do que as pessoas querem mostrar. E jamais hesita em falar das subtilezas de que se apercebe, moldando assim tantas das nossas conversas, sangrando-me a alma sem timidez, e sem disfarçar qualquer olhar desafiador que naturalmente se lhe afigura no rosto.
Absorve do mundo tudo quanto alcança, sente e aprecia arte como pouca gente que conheço, deixa-se vibrar com a beleza do abstracto, deixa-se possuir completamente por um sonho, luta por ele, vive por ele.
Flui nele paixão genuína, crua, autêntica, massiva.
Gostamos um do outro. De forma humana, e rudimentar, socialmente incorrecta se ousarmos mencionar o plano que mais condiciona a existência. E estará na forma como gostamos um do outro, o motivo pelo qual mutuamente nos agradamos. É o que de belo há no peculiar e disfuncional,é o que de intenso há no aleatório e honesto, é o que delicioso há no errado e inesperado. É tudo quanto um nada pode ser, é uma mente aberta, uma decisão livre, é um imenso paradoxo.
Tudo isto existe, tudo isto é percepção minha.
Passámos juntos muito tempo, e por diversas razões. Alturas houve em que somente conversámos, porque havia tudo a dizer, e depois de tanta conversa, depois de tão bem nos conhecermos, continua a haver tudo a dizer. Alturas houve em que nos entregámos ao momento, posteriormente o discutimos, e sem que a alguma conclusão conseguíssemos chegar, deixámos que se transformasse numa memória sem qualquer arrependimento inerente. Alturas houve em que não conseguimos tempo um para o outro, alturas houve para partilhar um café.
Tudo isto faz parte da minha vida, e me há-de deixar memórias dignas.

As pessoas são o importante.
E eu conheço as pessoas certas. Conheço mesmo.

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