domingo, 14 de setembro de 2014

São trovões, aquilo com que brincas

Se calhar é com complexidade que me desequilibro, quiçá tudo me seja dado com uma simplicidade que não sou capaz de escrutinar. Os meus olhos. Ainda não se ajustaram à claridade. Se calhar estou a esmorecer, a ficar dormente enquanto a corrente me leva. Ou então não. Sinto, sinto mais do que penso. Terá o meu cérebro cedido a emoções? Se calhar a culpa é tua. É por ti que me desarranjo, que me perco pelo universo. Ou então não te pertence a ti a culpa, nem a mim, nem a nada, e é o tempo que se fez tempo de mudar.
Tenho medo. O medo de sempre, mas, tendo-o, não o possuo, não me pertence, não me impede de saltar do precipício, de dizer a verdade. Sabes, sinto-me menos doente, os dias consomem-me menos. Curas-me por existires, por me conheceres, por seres feliz.
Já tenho com que preencher estas folhas, preencho-as com vontade, são do meu destino. Aceito que falta mestria ao que escrevo, mas sinto nas palavras uma honestidade crua, sinto-as bem conjugadas, e não tenho frieza mental para as ler como conjugações gramaticais.
Estou a sorrir. Basta-me isto. A pele arrepiada, o sangue quente bombeado por adrenalina, a evidencia de estar viva é vertiginosa de tão alta, tão acima da compreensão intelectual.
É perfume o ar que respiro, o cheiro é doce, enlaça-me com ternura.
Obrigada. Obrigada por este texto, por me resolveres, por me inverteres a polaridade.

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