Não pus açúcar no café, por isso amarga.
Não vou adoçá-lo, antes deixar que seja ele a amargar-me.
Este quarto é grande demais para mim, desalenta-me.
Cabem aqui muitas pessoas que não estão cá.
Não estão cá e não as quero aqui, mas cabiam se estivessem.
Cabem aqui muitas pessoas que não estão cá.
Não estão cá e não as quero aqui, mas cabiam se estivessem.
Não me dás nada que não me tires, é tudo temporário, já
percebi, escaldas-me com esses acessos de fúria. Não te quero mal e não me
fazes bem. Entendo que não tenho culpa com que te selar as ações, a vida é-te
madrasta, a rotina deixou-te exausto, os anos que seguras nas mãos não deixam
espaço para que elas contenham também juventude. Mas podias ser feliz se
quisesses.
Não sejas tu a amargar-me.
Queres a minha alegria?
Dou-ta, a que tenho e a que não tenho.
Fica com ela, adoça-te por fim.
Acabei o meu café, estamos conversados.
Não sejas tu a amargar-me.
Queres a minha alegria?
Dou-ta, a que tenho e a que não tenho.
Fica com ela, adoça-te por fim.
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