sábado, 9 de maio de 2015

Matilha

Marcar presença é sempre uma qualidade dos ausentes. Falta sempre elevação de espírito aos que pertencem aos locais.
Quero o chão, todo ele. Pisado. Ao céu que não me cai em cima, não me calca.
Sou chão, sou suja, não tenho estrelas, tenho pessoas. Vidas. Passadas constantes.
Ah! Calquem-me! Agora, sempre.
Não vivo para mais, não sinto para menos.
Calquem-me. Que o peso dos vossos dias me faça gemer de dor.
Quero o sangrar de estar no fim da cadeia.
Animais.
Calquem-me até às entranhas.
Gastem a vossa sede de caça em mim.

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