sábado, 3 de outubro de 2015

Perdoa-me o desabafo, calca-me a honestidade, condena-me a impertinência. Mas permite-me a ousadia de te chegar perto, de te tomar o cheiro, de te oferecer o preceito. Deixa-me roçar os lábios por essa tua barba teimosamente mal feita, enquanto te chego ao ouvido, enquanto te deixo antecipar as minhas palavras. 

A minha mão está no teu ombro e sou eu quem precisa de amparo.
Fraquejo mas não vacilo. Impludo. Impludo e trago o universo comigo.

Perdoa-me o desabafo, permite-me a ousadia.
A voz é um sussurro dentro de um sussurro.
E eu sussuro, sou tua.

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