quarta-feira, 29 de março de 2017

A saga da fé. (P)Arte II.

Hoje saí à rua,
Saí mas não fiquei lá.

Sou de lugar algum, que não o de todos.
Saí à rua, e na rua, quase beijei o chão,
Tão firme, tão confiável.

E na rua,
Banhei-me com o calor do sol,
E ele beijou-me os cabelos a dourado, e rosou-me as faces,
E não estava sozinha, a brisa de um dia novo, abraçou-me com amor de mãe.
Saí à rua,
E por sair,
Saí de mim, e vi,

O mundo fora do que somos é deus.
Não Deus. Mas deus,
A transcendência,
A saúde,
A calma,

Na rua sou eterna,

Sou todas as coisas que não eu, porque eu sou muito menos do que me faço ver.
Por estar na rua, e não ser eu,
Eu cheirava a flores e a quente, era linda e sorria de hipnotismo,
A minha pele,  que de suave endoidecia, acariciava a aura que me circundava,
Era a princesa de um reino que nunca nasci para reinar,
Mas não tem constrangimento,

Por não ser eu, era feliz como só os inocentes, e os meus olhos verdes eram beijados pela saúde do simplismo de não querer mais.

A despreocupação consciente.
Isto é deus, e é rua.


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