sábado, 15 de abril de 2017

Tenho tanta coisa para te contar,
Que já temo.
Às vezes quando me deito e fecho os olhos, tudo aclara,
Queria que estivesses ao meu lado,
E ouvisses tudo o que tenho para dizer,
E me dissesses tudo o que quero ouvir.
Mas nunca estás lá,
E eu sei que vais continuar sem estar,
Se calhar há uma razão para tudo,
Se não houver, alguém arranja uma.

Na berma do precipício fica tudo mais claro,
Encadeada pelo sol,
Aquecida pela eminência,

Na berma é mais fácil que me empurres,
E me mandes embora.
O mar acolhe-me,
E embala-me pela maré fora.
Na berma,
Estás à beira de ser livre.

E se quando me empurrares te arrependeres,
Podes sempre voltar,
Eu vou estar no mar à tua espera,
Vais poder sentir o meu cheiro ao bater de cada onda,
E vais poder ouvir-me por toda a costa,
A tagarelar, como sempre.
Visita-me meu amor.
E, por favor,
Olha-me com amor,
Os meus olhos verdes são este mar azul.
Ama todos os pedacinhos em que me tornei,
Delicia-te com os rastos brancos que sobram das cócegas que o vento me faz.

Podes sempre voltar,
Eu vou ser mar e esperar por ti.
E se a vida te levar de volta ao precipício,
E o desespero te fizer saltar,
Salta.

Eu vou ser mar e vou acolher-te e embalar-te ao sabor da maré,
E vou tomar conta de ti, proteger-te,
Ouvir-te os desamparos.
Salta,

E sê comigo,
Mar eterno.

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