segunda-feira, 15 de maio de 2017

Esse fruto.
Reluz vivo, de cor doce,
Fez-se de veneno e água benta.
Trinca-lhe a carne.
Sabe à seiva do prazer eterno.
Transpiras de luxúria,
Ardem-te as vísceras como jamais.

No início,
O sangue freme quente nas veias,
A violência com que lateja,
Tremes de volúpia,
Divindade.

No tempo de todos os tempos,
A conquista,
Ébrio,
Quase que já te sabe a raro.
Rasgas o decoro,
E estás no limite da experiência.
Passa a língua pelo sumo que te escorre pelo lábio,
Deleita-te.

O fim.

Abrupto, e a bruto.
O sangue incinera.
Os músculos não abrandam,
Atordoado,
Perdes a firmeza,
E é veneno.
O que te soube a excelso.

E morres da embriaguez benzida a promessas altas.
Qual despedida sacra, imortalizada na ascensão.


Sem comentários:

Enviar um comentário