sexta-feira, 1 de maio de 2015

Como as coisas ao longe são sempre mais bonitas:

Quantos contos contam esses copos de vinho?
Quantas tragédias tragaste? Escarlate.

Denso, escuro, intenso, qual sangue. Alma humana. Engana.

Engana-te por essas garrafas fora, não deixes azedar o suco, não gastes o luto a encarar.
Não gastes o tempo, que por demais, está sempre em falta.

Faz quanto te apráz, volta ao passadiço, vai lá, solta um grito, declama o poema dos fracos, o teu poema, aquele que deixaste por escrever, o tal. Esse poema eras tu. O teu poeta, de embriaguez, entornou o vinho onde havias de escorrer tu.

Não compres a garrafa, pede mais um copo.
Deixa o inteiro para os outros.

Que o absoluto seja para quem não está de luto, não teme o resoluto.

Maio, 2015.

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