Como as coisas ao longe são sempre mais bonitas:
Quantos contos contam esses copos de vinho?
Quantas tragédias tragaste? Escarlate.
Denso, escuro, intenso, qual sangue. Alma humana. Engana.
Engana-te por essas garrafas fora, não deixes azedar o suco, não gastes o luto a encarar.
Não gastes o tempo, que por demais, está sempre em falta.
Faz quanto te apráz, volta ao passadiço, vai lá, solta um grito, declama o poema dos fracos, o teu poema, aquele que deixaste por escrever, o tal. Esse poema eras tu. O teu poeta, de embriaguez, entornou o vinho onde havias de escorrer tu.
Não compres a garrafa, pede mais um copo.
Deixa o inteiro para os outros.
Que o absoluto seja para quem não está de luto, não teme o resoluto.
Maio, 2015.
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