sábado, 29 de julho de 2017

O requinte não é humano,
É a sensibilidade.

Somos, todos, umas bestas sofridas:
Andamos sempre com uma lágrima no canto do olho para oferecer.

E choramos quietinhos, lá do alto da elegância, com a primazia do decoro.
Devoramos as armaduras de papel que usamos: marcadas pela choradeira, cheiram a mofo, mas não as tiramos!

É imperativo ver-se de fora o que não somos.
Vénias.
Fazemo-las todas, com a pontualidade das lágrimas, ao requinte.

Somos tão capazes de ser felizes quanto de lutar.
Mas neste altar, forrado a rotina, nem sabemos como somos pequenos.
Tudo quanto eleva e se levanta do chão, morre azul, no sufoco da altitude de ser-se céu.
Na choradeira de viver,
No lamento,

De bestas sofridas que somos:
Não perdemos a compostura, e na sentença eterna de sermos pó e chão,
Arrumamos a sensibilidade no primeiro degrau e não tornamos a descer esta escada plana.

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