terça-feira, 3 de outubro de 2017

Já fiz mais com menos,
Já tremi por dez anos,
Já sucumbi às fraquezas da alma,
Nas tardes chuvosas de Agosto.
Já beijei todas as dicotomias.
E já fui alta o suficiente, para cair com dor e voltar ao início.
Já calejei.
E não há mão que me toque agora, que não tenha mais cicatriz que as minhas,
Que não esteja sarada de cortes mais fundos,
Que não reluza mais, com menos sol.

A dependência emocional amordaça mais que a prisão física,
O engano doce, mata mais que punhais apaixonados.
A dissimulação quente e encantada,
O veneno doce,
Mata tão bem como fel.
Mas antes fel.
E repito,
Ressabiada, e a ansiar a amargura de te provar da armadura.
Antes fel.
E o sabor metalizado da vida que te brota.
Antes fel, e luz clara.
Suor e medo, compulsão e desapego,
Sucumbe comigo agora!
E ergue-te por mil vidas!

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